terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Usados e descartados




Quem se lembra do “Seu Creysson”, personagem do ator Cláudio Manoel do Casseta & Planeta da TV Globo? Ele tinha como característica principal falar 90% das palavras com algum erro. Na época, seus bordões se espalharam na boca do povo e todo mundo entrou na brincadeira.

Bem no auge do sucesso, o programa parou de mostrar o “Seu Creysson” e foi apostar em outros quadros. Uma estratégia de mídia para evitar que o público enjoe de um personagem. Depois de um tempo na “geladeira” o simpático homem das palavras erradas voltou a aparecer no humorístico.

Isso não aconteceu com o E.T. da dupla “E.T. e Rodolfo” que figurou com sucesso durante bastante tempo nos programas do Ratinho e do Gugu, no SBT. A diferença é que não era um ator fazendo um tipo. Era ele mesmo e seus defeitos físicos sendo explorados para chamar atenção de cada vez mais telespectadores. Da mesma forma, o E.T. levou seus bordões para todo o país, até o momento que suas “piadas” se saturaram e seu rosto já famoso, não causava mais tanta estranheza. A mídia o abandonou.

Outro exemplo são os “BBB’s”, como são chamados os integrantes do Big Brother Brasil, da TV Globo. Passado um tempo de sua participação no reality show, alguns deles retornam para o ostracismo, e conforme algumas histórias já comprovadas, muitos voltam para situações financeiras complicadas.

Infelizmente esse deve ser o destino de Marcos da Silva Heredita, o Zina do Programa “Pânico na TV”, da Rede TV. Ele era guardador de carros e explodiu na mídia ao ser motivo de chacota pelo seu jeito de falar em uma entrevista na qual ele proferiu o seu bordão: “Ronaldo, brilha muito no Corinthians”. Até o leitor mais inocente poderia notar sinais de comportamento alterado. E recentemente Zina foi preso em São Paulo portando cocaína.

Acho lamentável a exploração de personagens que na realidade não tem nada de fictícios. Cláudio Manoel teve sobrevida depois do “Seu Creysson” e por seu talento como ator, interpretou outros tipos na TV. O que dificilmente se repetirá com Zina quando as pessoas enjoarem dele. Enquanto isso não acontece, a mídia o trata como uma aberração, expondo seus defeitos e fazendo um falso assistencialismo, tudo isso para ganhar cada vez mais audiência e dinheiro. Até que surja outro.

4 comentários:

  1. Isso tb lembra um pouco da hitória da letra de "jesse go", do ultraje.
    Ah, e ainda tina o "Latininho", q aparecia no Faustão.
    abs

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  2. Gostaria de deixar, aqui, minha total indignação quanto aos referidos assuntos de seu Blog, Jota, pois sei que seu POTENCIAL é muito, mas MUITO maior para se falar (se bem que "falar", não é, efetivamente, o caso) destas infelizes e insignificantes pessoas que, ao longo de suas respectivas vidas, não contribuíram em NADA, na evolução e no eventual Progresso Nacional. Tbém, longe dizer-se que iremos "discutir" política - q não é o caso, entretanto, vc deveria focar em outros assuntos, pendentes ou não, profundos e/ou superficiais para que, assim, fosse elevada e distinta a sua própria Comunidade e, quiçá, outros leitores que "an passan" teclacem por aqui, surgiriam com novas idéias e novos caminhos que, talvez fosse desconhecidos por nós.
    Um enorme abraço!
    Desculpe a minha franqueza, mas é real!
    Jair Amorim

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