sábado, 17 de julho de 2010

Resultado Enquete - Postura de Políticos

A enquete referente ao texto anterior sobre o recesso branco e cobrar políticos sobre suas posturas teve o seguinte resultado:

Você já cobrou postura a algum político?

Tenho vontade, mas não tive oportunidade - 75%
Não - 25%
Sim - 0%

Aquela antiga frase do Pelé...



Dia desses fui cobrir a reintegração de posse dos prédios do Condomínio Ilhas do Sul, no Central Parque, que foram ocupados por diversas famílias buscando finalmente um lugar para morar.

Cumprindo ordens da Justiça, um grande aparato foi preparado para a reintegração, reunindo policiais, bombeiros (para casos de emergência), assistentes sociais, advogados, membros de comissões de direitos humanos, e é claro, a imprensa.

Enquanto jornalista, a busca incessante (e quase sempre utópica) pela imparcialidade não me permitem comentar o que vi. Portanto vai falar o “lado pai”.

Uma baita chuva acompanhada de vento frio formou o cenário. Sem pavimentação alguma, os arredores dos prédios viraram um lamaçal, dando um tom ainda mais dramático. Os caminhões encarregados das mudanças atolavam e espalhavam lama por todo o lado. Depois de uma conversa com assistentes sociais, as famílias empacotavam seus pertences e os transportavam debaixo de chuva.

Não tomo partido das famílias que, embora possam ter sido enganadas, em sua maioria tinha ciência da situação do local e da instabilidade de se morar ali.

Entretanto, minhas atenções se voltam para o estado de desolação das crianças. Pouco importa se houve erro de seus pais ou insensibilidade institucional da Justiça. Para elas, era momento de tristeza acordar numa manhã fria, como se fosse uma outra qualquer, e ver policiais rondando seu lar.

Um colega repórter de uma rádio local, mesmo agasalhado, tremia muito e me confidenciou ter perdido a sensibilidade dos dedos por causa do frio. Mães carregavam seus filhos já na parte exterior dos edifícios, enquanto os homens retiravam a mudança. Algumas dessas crianças com a mesma idade da minha filha.

Num cenário cinzento, gelado, molhado e sujo (por causa da lama), essas crianças tiveram sua rotina alterada bruscamente. E bem sabemos o quanto a rotina é importante. Um dia que ficará marcado negativamente para elas. Há mais de 40 anos, no discurso após fazer seu milésimo gol, Pelé disse: “Pensem nas criancinhas!”. Sei que os pais que levam seus filhos para morar em locais irregulares, o fazem por falta de opção. Mas às vezes é preciso insistir na procura por alternativas. Digo a eles, à Justiça e ao Poder Público: pensem nas criancinhas. Agora, com licença. Vou pensar na minha.





quinta-feira, 1 de julho de 2010

Não trabalha, mas ganha!



No blog que criei para reunir os textos desta coluna (www.pensamentosdojota.blogspot.com) alguns leitores já se manifestaram contra a abordagem de temas polêmicos, sob a alegação de estar dando destaque para quem não merece. Mas, encaro o tema deste texto como uma denúncia importante para conscientização.

Às vezes você se ausenta do trabalho? Se sim, provavelmente não é remunerado pelos dias nos quais não trabalha, certo? Não tão certo assim, se você for deputado ou senador. E pior, exercendo um desses cargos, você nem precisa tirar férias para deixar de trabalhar e mesmo assim continuar recebendo.

Entre os meses de julho e outubro, senadores e deputados federais que forem disputar um cargo eletivo ou apoiar algum candidato quase não vão sequer ver a cor do Congresso por conta das campanhas eleitorais, e pasmem, continuam recebendo normalmente salários e benefícios. Este período recebe o nome de “recesso branco”, quando não há votações em plenário ou nas comissões. A presença não é obrigatória e, portanto evita descontos nos rendimentos dos parlamentares.

Para não ficar muito feio, inventaram algo chamado de “esforço concentrado” que dura uma semana em agosto e outra em setembro. Parece que em anos anteriores, esses dias não fizeram diferença nenhuma, já que deputados e senadores, mesmo tendo que trabalhar, estão mais interessados nas eleições, fazendo com que alguns deles sequer retornem à Brasília. Votações durante esse período? Nenhuma. Os gastos dos parlamentares em ano eleitoral são exatamente os mesmos de outros anos, mesmo que eles não compareçam ao plenário durante 4 meses.

É certo que vários destes senadores e deputados não foram criadores dessa determinação de poder não trabalhar, mas receber. Entretanto seria uma questão de moral lutar para mudar isso (eles têm o poder) ou, no mínimo, devolver a grana aos cofres públicos. Como cidadão, já mandei minha solicitação a alguns dos parlamentares através dos e-mails disponíveis nos sites www.senado.gov.br e www.camara.gov.br. Que tal fazer sua parte também? Cidadania não é só apertar botõezinhos no dia das eleições. E coragem faz parte de uma sociedade mais politizada e consciente. Junte-se a mim!

Resultado Enquete "Favelas x Astros"

A enquete referente ao texto anterior sobre as visitas de astros internacionais em favelas teve o seguinte resultado:

As favelas ganham ou perdem com visitas de astros internacionais?
Perdem - 58%
Depende do astro - 41%
Ganham - 1%