quarta-feira, 24 de março de 2010

Celebridade instantânea inútil é a herança


Geisy, o vestido e a inutilidade de sua fama




Vira e mexe algumas novas notícias sobre essa moça surgem de novo na mídia. Recentemente a vi procurando namorado na TV. Segue então o texto que fiz para o Jornal Bairro em Foco à época da polêmica do vestido na universidade.

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Todo mundo já sabe que a estudante Geisy Arruda foi enxotada e quase linchada na Uniban de São Bernardo do Campo, por estar usando um vestido curto e chamando a atenção de todos. Quando me informei da notícia, confesso não sabia bem o que pensar. A princípio não entendi o motivo de tanto destaque do caso na mídia. Com o tempo fui percebendo melhor o sentido do acontecimento e formando minha opinião.

É óbvio que foi exagerada a atitude dos alunos que se manifestaram contra a moça. Mas os veículos de imprensa trataram o assunto através de um prisma que transformou a moça do vestido rosa-choque em heroína nacional. Estaria ela se tornando um ícone da independência feminina, quebrando todos os padrões de comportamento em nome da beleza? Geisy seria uma mártir para que outras mulheres possam mostrar seus corpos?

Acho mesmo que estamos todos fartos de falta de respeito. E alguns lugares requerem a devida vestimenta. Ninguém vai ao tribunal de shorts, chinelos, camisa regata e óculos de sol. Tampouco vai à praia vestido de gala. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a Universidade é um local de formação de profissionais, pesquisa e cultivo do saber. Portanto, ir à universidade requer também estar vestido adequadamente. Se for a uma boate depois, leve outra roupa e troque.

Alguns vão dizer: “Que moralismo! É conservador demais!”. Pois é preciso ser conservador para que não se extrapolem os limites. É necessário prezar pela ética e o respeito no ambiente universitário. Ela não deveria usar aquela roupa, pois estava se diferenciando dos demais alunos que seguem uma linha de se vestir para serem respeitados. Muito embora a realidade seja absolutamente contrária, a universidade não deveria ser encarada como passarela de moda ou ponto de paquera. Os selecionadores de pessoal solicitam que o candidato tenha “boa aparência” para conseguir um emprego, e isso não é preconceito ou discriminação. É apenas a exigência de que o profissional não se vista de forma bizarra, o que mancharia a imagem daquela empresa.

Portanto, a melhor lição que deveria ficar desta história, é ao sair de casa para uma festa ou um trabalho, pensar não somente na roupa mais adequada, mas também nos gestos, no vocabulário e no comportamento condizente àquele momento. Mas infelizmente, me parece que a única herança deste episódio é apenas a Geisy, mais uma celebridade instantânea inútil, prato cheio para as imbecilidades dos sites e programas de fofoca.

6 comentários:

  1. Se vc acha que pode ser conservador demais , eu acredito que vá me achar liberal demais. Eu acho uma coisa completamente ilusória essa questão de "vestir-se adequadamente". Por que a gente tem que achar que as coisas são certas apenas por que uma minoria estabeleceu esse pensamento como verdade? POr que não questionar ao sacrifício da contribuição cultural, a inteligência, etc a despeito dos tals " bons costumes"? Eu , sinceramente, acho isso uma coisa completamente impensada, não analisada e automática.
    Acho ridiculo uma pesssoa achar falta de respeito, ou vergonha andar de lingerie em casa se na praia se vê a mesma coisa e não é nada escandaloso. Ridiculo as coisas se configurarem diferente apenas pq se mudou o local, já que se mantem as mesmas atitudes. respeito o sistema implantado por que tenho consciencia da dificuldade de ir de encontro a ele. Tudo segue rigorosamente o sistema que ninguém questiona a grau de ilusão.
    Torço, como diz a Pitty, pela pane no sistema e a desconfiguração da população.
    Quanto ao caso especificamente da Geyse não acho que ela foi simbolo de liberdade feminista, mas de uma vitima da falta de respeito de ter ido contra o sistema implantado.

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  2. Legal, Tatiana. Respeito sua opinião, mas obviamente não concordo, pois não acho que o mundo deve girar em torno do gosto de cada pessoa para se vestir. E, sim, ao contrário. Obrigado pela visita e o comentário.

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  3. E aê Déciooo...
    O post em si com o texto coerente diz por si só!
    Sua opinião vem além do pessoal, de uma análise ética da situação.
    Tendo em vista que a interpretação de "ética" no mundo está meio prostituída, dentro do meu universo estou em sintonia com seus pensamentos.

    Mais uma vez parabéns, Abraço!

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  4. E olhe que eu ADORO um rabo de saia hein rsrsrsrs

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  5. Oi..acho super coerente a sua posição. As pessoas têm sim que se portar, se vestir adequadamente para cada ocasião. Assisti o programa que ela está procurando um namorado, acho ridículo, mas ela conseguiu o que queria, a exposição na mídia, a "fama", o "sucesso", mas isso é tudo ilusório. Uma hora acaba, e aí? Fazer o quê? A faculdade ela largou, ou seja, o único bem que ela tinha pra ter um futuro concreto, o estudo, ela deixou de lado e foi usar o corpo para ganhar dinheiro. Mas tudo é passageiro. É como você citou no texto, ela está sendo um prato cheio para os programas de fofoca.

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  6. Vc arrebenta, falando sério.
    ao contrário de mim q não sei me comportar e tenho q citar o pentelho preto da moça!
    Whatever... falta o famoso semancol nas pessoas. Achei digno o seu post.

    Bj.

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